Definição
A Síndrome da Rede Axilar é definida como um conjunto de cordões, tensos, não eritematosos, visíveis ou palpáveis sob a pele, associado a limitação de amplitude de movimentos, principalmente durante a flexão e abdução de ombro e extensão de cotovelo e com presença de dor durante essa movimentação.
Esses cordões aparecem principalmente após as cirurgias de câncer de mama com abordagem axilar, mas podem aparecer em outras situações, como cirurgias plásticas e abordagens linfonodais em outras regiões.
Fisiopatologia
A fisiopatologia da Síndrome da Rede Axilar não está bem definida na literatura. Alguns autores relatam que são vasos linfáticos que sofreram fibrose com depósito de tecido de granulação e outros sugerem que sejam vasos sanguíneos passando pelo mesmo processo. Apesar dessa falta de confirmação, a intervenção fisioterapêutica para ganho de amplitude de movimentos de ombro e cotovelo e melhora do quadro doloroso será a mesma. O importante é que seja precoce para que se volte o mais breve possível às atividades de vida diária, laborais e de lazer.
Como avaliar
A Síndrome da Rede Axilar muitas vezes é subdiagnosticada por não haver um adequado processo de avaliação. Cordões podem estar visíveis, visualizados apenas com a abdução do ombro ou podem estar menos aparentes, necessitando durante a avaliação de um tensionamento da pele e palpação da região para comprovação de sua presença. O posicionamento do paciente é essencial, sendo a posição em decúbito dorsal, com rotação lateral e abdução de ombro, extensão e supinação de cotovelo, extensão de punhos e dedos, uma das mais importantes para avaliação.
Fez cirurgia de câncer de mama, está com dificuldade de “abrir” o braço e sente dor durante essa movimentação, procure um fisioterapeuta especialista em oncologia, podem ser cordões.
Fisioterapia
Fazendo analogia ao mundo culinário, cada cozinheiro tem sua receita e acredita que o seu prato final esteja excelente. Na fisioterapia não acontece diferente, diversos profissionais com diferentes opiniões e tratamentos, alcançando bons resultados para o problema tratado.
Na minha experiência a mobilização tecidual associada a exercícios para ganho de amplitude de movimentos de ombro e cotovelo é a intervenção mais adequada, onde se consegue, mesmo ainda com a persistência do cordão, melhorar o quadro álgico e ganhar mais movimento, principalmente de abdução e flexão de ombro.
O objetivo não deve ser romper o cordão, mas sim, melhorar funcionalidade e liberar o movimento para as atividades de vida das pacientes.
Em breve novas postagens sobre a Síndrome da Rede Axilar. Aguardem...